terça-feira, 6 de novembro de 2012

A natalidade em Portugal

Ontem os noticiários enfatizaram todos esta questão: não há crianças a nascer em Portugal. Segundo os mesmos, 2012 será o pior ano de sempre desde que há registos. As causas são múltiplas e redundam todas no mesmo: não há condições financeiras para termos mais filhos.
Naturalmente, se não temos emprego, se vamos pôr os nossos filhos num infantário qualquer e nos pedem 300/400/500 euros de mensalidade, se todos os bens básicos e primários para a nossa sobrevivência são dos mais caros da Europa, como podemos sequer almejar ter mais filhos? Que condições temos para o fazer? E o pior é que os casais jovens e em idade fértil estão todos a emigrar e qualquer dia só cá estão os velhos.
Gostava muito, muito de ter um segundo filho. Não gosto da ideia de o meu filho ser filho único. Um irmão é um apoio para a vida, um amparo quando os pais já não estão presentes. A família que imaginei para mim envolvia dois filhos, mas esta crise tem-me demovido, confesso. Não podemos pensar que depois de cá estarem cá se criam, como diz o povo. Um filho é para a vida e o futuro está demasiado incerto e não se agoiram bons ventos para os nossos lados.
Há dias, em conversa com uma amiga minha, falamos precisamente sobre esta questão. Ela está grávida do segundo filho e não reúne as melhores condições. Ainda assim arriscou. Até porque as crises passam. Admiro-a e admiro todas as mães que não temem o futuro. Lamento é que os nossos governantes só pensem no imediato e não olhem para a frente. Gosto muito do nosso país, mas tenho um profundo desgosto pelo que estes saqueadores nos têm feito.

1 comentário:

Elisabete disse...

Revejo-me no teu post, também eu gostava de ter mais um filho, mas é de todo impossivel por causa desta maldita crise, e também eu dou grande valor a quem avança sem medo, mas eu não sou capaz.