quarta-feira, 24 de junho de 2009

Como manda a tradição


Ontem foi noite de S. João. Longe vão os tempos em que passava a noite a percorrer a marginal, a dar e receber marteladas até ser dia! Agora, com o pequeno, as coisas são bem mais caseiras.

Como já vem sendo habitual, fomos comer uma sardinhada a casa dos avós. Quer dizer, o pai e os avós comeram sardinhas e eu comi carninha grelhada na brasa na companhia do meu irmão que tb não é apreciador de sardinhas. No ano passado estava gravidérrima e apeteceu comê-las e que bem me souberam. Este ano nem as provei, logo foi coisa de momento! O Tomás, que já ia jantado, fartou-se de enfardar broa, nunca vi miúdo para comer pão como ele! Dever sair à mãe que nunca vira as costas a um pãozinho!

Comidos e bebidos, viemos para casa com um Tomás super cansado e birrento, tadinho. Ainda deu para vermos os balões de S. João a brilhar no céu negro. Tentamos mostrar ao Tomás, mas o sono já o dominava.

Gosto do S. João, lembra-me a nossa história. A primeira vez que o meu marido (mouro, diga-se) disse que me amava foi numa noite de S. João. Por isso, gosto sempre desta noite.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Quase, quase...


Ontem deu os dois primeiros passos sozinho.

Estava a brincar com o avô e decidiu-se. Foi tão giro!!!

É comovente, amei.

sábado, 20 de junho de 2009

Perdida


Percebemos que estamos a rebentar de cansaço quando vamos atrasadas para uma reunião e, a caminho da escola que fica a 75 km de minha casa, enganamo-nos na saída da auto-estrada e andamos 30m. perdidas em terras onde judas perdeu as botas! Diga-se que faço aquele caminho há 8 meses. Enfim, o calor, o excesso de trabalho, as preocupações, há um dia em que começamos a falhar!E eu já comecei.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

11 meses de um amor imenso!


Fazes hoje 11 mesinhos!
Hoje não fomos ao Pedi, logo não sei dizer ao certo quanto pesas e medes, mas deves ter crescido, estás um grandalhão.
Ao escrever sobre ti emociono-me sempre, principalmente quando não estás presente, como agora que estás na escolinha!


Aos 11 meses:

- Andas e corres (verdade!) agarrado (não andas sozinho, tens medo de cair; páras sempre que te largamos uma das mãos...tens tempo);
- Tens 10 dentes (últimos a furar: caninos superiores);
- Raramente acordas de noite para beber leitinho (lindo menino);
- Já comes com uma colher de ferro como um crescido, acabaram-se as colheres de silicone;
- És muito brincalhão;
- Continuas a adorar bolas (já tem 4 e andam por todo o lado da casa);
- Adoras bolacha Maria (a mãe já não pode abrir os armários que ficas logo agitado, a pedinchar uma bolachinha); és gulosito! Sais à mãe;
- Quando falamos contigo dás feedback;
- Calças o tamanho 21;
- Vestes 18-24 (e só tens 11 meses);
- Continuas a receber elogios por todo o lado e a mãe continua a babar, babar, babar...


Este mês será de novas aprendizagens e o próximo post do género será do teu 1º aniversário.

Agora, com a vossa licença, vou chorar ...de emoção, claro!


segunda-feira, 15 de junho de 2009

E como não podia deixar de ser...

... na quinta-feira passada tínhamos uma saída! E o que aconteceu? Digam lá? É isso mesmo, está-se mesmo a ver: o Tomás ficou doente!
Coitadinho, só percebemos isso já lá estávamos.
Saímos de casa a meio da manhã para irmos à 1ª comunhão do meu primo Henrique. O Tomás acordou durante a noite chateadito, mas pensámos que fosse fome, demos-lhe leitinho e ele dormiu novamente. De manhã tivemos de o acordar para que tomasse banho e ele continuava chateado, mas depreendemos que fosse por ter sido acordado do seu belo soninho. Na viagem estava molinho, mas lá está, pensámos sempre: "ah é do calor", "ah é de ter acordado estremunhado" "ah é da viagem"...mas não era. Quase não comeu, coisa rara, só queria o colo do pai e da mãe e transpirava por todos os poros. Seria dos dentes? Pensamos nós. Na viagem de mais de 100 km de regresso dormiu sossegadinho. Quando chegámos a casa tomou banhinho e ficou logo mais bem disposto. Pelo sim pelo não, medi-lhe a temperatura: quase 39 depois do banho. Apalpamos-lhe as gengivas: quentíssimas e larguíssimas. Dentes! Foi o que pensámos. O supositório que lhe dei em seguida deu frutos rapidamente, estava como se nada fosse e eis que, de repente, vomitou.
Perante este novo dado corremos para a CUF, uma 2ª casa para nós nos últimos tempos, e ao fim de 15 minutos estavámos a ser observados (benditos!). Diagnóstico: otite! A 1ª! Tratamento: antibiótico (2ª vez).
No dia seguinte tinha os 2 caninos de cima cá fora. Coincidência ou não sempre que rompe um dente fica com uma ...ite!
Agora está a ficar totalmente recuperado e hoje até já foi para a escola, porque a mãe teve de ir a uma mega chata reunião na escola. Ainda por cima não me faltam secas pela frente na vigilância de exames! Ai que ....$%&/?"$&&!!!
Até tenho medo de marcar algo para as férias! Parece uma praga.
Não faz mal amor pequenino, desde que recuperes bem, o resto são pormenores sem a mínima importância.
Beijinhos

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Saudades


Ontem à noite vi um programa no canal Travel que me fez viajar no tempo. O programa era sobre Cabo Verde, local onde vivi e trabalhei durante um ano.

A minha relação com Cabo Verde é um misto de encanto e desencanto, de saudade e de trauma, de amor e desamor. Tinha apenas 23 anos quando deixei tudo para trás para ir dar aulas para lá. Não o fiz por ser aventureira e por querer conhecer novas culturas, ainda que tal se tivesse proporcionado. Fi-lo para evitar o desemprego, era professora recém-licenciada e parecia que todas as portas se fechavam em meu redor quando aquela se abriu.

Vivi um ano numa das ilhas mais pobres do arquipélago com um colega com quem não tinha qualquer tipo de compatibilidade e, como tal, só me restou o isolamento. Perdi a conta das horas que passei na minha varanda sobre o mar a olhar o horizonte, que volta e meia me presenteava com o vislumbre de golfinhos ou baleias, a contar os dias para regressar a casa. Nunca mais viverei numa casa a 10 metros da praia! Posso dizer que sofri muito, a solidão é indubitavelmente o pior dos males. Se facilmente me adaptei a comer 20 vezes por semana atum, a só ter uma marca de iogurtes na prateleira do supermercado, a comprar arroz e outros alimentos a granel, a comprar galinhas ao padre, a regressar à idade média em múltiplos aspectos, nunca me habituei a estar a viver isolada numa ilha minúscula no meio do nada. É sufocante. Lembro que não havia acesso à cultura: nada de cinema, teatro, revistas, jornais...passei um ano ausente de tudo, mas acabei por ter a vantagem de ter tempo para ler e nunca li tanto na minha vida, devorava livros, a minha única companhia.

Mas ao mesmo tempo tenho boas recordações daquele lugar: a alegria contagiante das pessoas, a vontade de aprender do alunos, a beleza natural, o peixe maravilhoso, a gastronomia, a "morabezza" (arte de bem receber), o conhecimento do crioulo, as mornas da Teté Alhinho, a cultura, nadar com as tartarugas gigantes, ver os peixinhos na água cristalina de um oceano imenso, ter uma praia só para mim...enfim, ontem percebi, ao recordar Cabo Verde, que fiz as pazes com o passado e estou preparada para lembrá-lo com saudade. Espero ter a oportunidade de lá voltar e poder viver aquele país como merece ser vivido!

domingo, 7 de junho de 2009

Cansadita

Estes últimos dias têm sido muito desgastantes. O final do ano lectivo, 120 testes para corrigir, 120 avaliaçoes para fazer, relatórios para preencher, aulas diurnas e nocturnas para leccionar, visitas de estudo para organizar, enfim, uma panóplia de coisas a ultimar que só quem é professor pode compreender o trabalho que tudo isso traz. E deste modo não há tempo para fazer coisas giras em família. Os fins de semana, invés de serem o espaço para o descanso e para o entretenimento, têm de ser utilizados para trabalhar, como acontece frequentemente ao longo do ano, mas que nesta altura se torna mais recorrente. Assim, passamos o fim de semana em casa, só saímos para almoçar na casa dos avós que moram ao fundo da nossa rua, o que me custa imenso porque não há uma quebra na rotina e parece mais um dia de semana. Por tudo isto, apetece-me mesmo carpir as minhas mágoas...estou cansada, desgastada, desmotivada. Quero que venham as férias só para poder descansar, mais nada! Ter um filho é a melhor coisa do mundo, mas que a vida das pessoas muda muito, é um facto inquestionável. Por isso admiro as companheiras que por aqui passam que têm filhos mais ou menos da idade do Tomás e já vão a caminho do segundo, tiro-lhes o meu chapéu. Fazem-me sentir muito pequenina nos meus sapatinhos, fico sempre a pensar que não presto para nada, que sou muito fraquinha.
Ok, mas hoje quis confessar as minhas fragilidades, estou toda "rota"! Quero dormir uma semana! Onde estão as férias?

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Feliz dia da criança


A todas as crianças e à minha em especial:


Feliz Dia Mundial da Criança!


E hoje vi o filme Slumdog Millionaire, que fala, entre outros, da exploração das crianças. Posso dizer que fiquei com um nó gigante na garganta. É triste pensar que em pleno século XXI ainda há crianças a (sobre)viverem assim. Lamentavelmente ainda há muitos "filhos dos homens que nunca foram meninos"! (Soeiro Pereira Gomes)