quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sempre presente


Há filmes que nos marcam...este assim o fez.

Todos os filmes sobre a II guerra mundial mexem comigo. Tenho sempre medo que apareçam outros lunáticos e que os infernos subam à superfície novamente. Há que ter sempre presente este episódio do passado para nos lembrarmos que tudo pode mudar num segundo...o ódio conduz a loucuras, impensáveis, abomináveis.
O genocídio nazi é uma ferida aberta na história da humanidade para todo o sempre. E sofrer com as vítimas é honrá-las... o horror que viveram é indiscritivel. Ainda hoje não compreendo como foi possível...
"Anne Frank, the whole story" é um filme de 2001 baseado no diário que a imortalizou. Adorei o filme, o elenco é fantástico e actriz principal é fabulosa...recomendo, ainda que a ferida se abra novamente e nos desnorteie mais um pouco. E fiquei a ansiar por uma ida a Amesterdão para ver o anexo secreto e o museu. E um dia destes faço a vontade ao meu pai e vou com ele à Polónia...


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Oh não...

Perdi o meu anel de noivado.
Já virei a casa de pernas para o ar e não o encontro. Dou por mim a dar voltas e mais voltas a pensar onde o terei metido...ou se estará algures dentro das paredes de minha casa nos tubos da aspiração central...ou enfiado em qualquer lado inóspito...ou...ou...ou.
Quero o meu anel...lindo, maravilhoso, valioso, de estima incalculável, o presente mais bonito que algum dia recebi. Estou tão triste, mesmo triste...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Descobri a pólvora


Já descobri porque não consigo perder os 5 kg que quero mandar embora! São os domingos que me andam a fazer isto! E os cozinhados irresistíveis da minha mãe.

Domingo no Norte é sinónimo de mesa farta, pratos especiais e comer como se não houvesse amanhã. Ontem foi o cabrito assado no forno, que eu adoroooo!!! E as trufas de chocolate que os meus pais trouxeram da viagem que fizeram na semana passada a Paris, de comer e chorar por mais! E o sumo de manga! E os mini magnums de chocolate e amêndoas! E a regueifa com manteiga! E o queijo! E...ainda há mais para acrescentar! E qualquer dia destes só o meu vizinho me safa (o dr. Póvoas, diga-se)!

E de nada valem as contenções durante a semana...ai, como eu detesto adorar comer!


P.s. imagem retirada da net.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Não poderia deixar de comentar...

Há, definitivamente, coisas no nosso país que ainda me conseguem deixar perplexa e que não cessam de me surpreender. Como tal, não poderia deixar de comentá-las, ainda que só agora tenha tido a oportunidade para o fazer.
Acredito piamente que o nível de desenvolvimento de um país se meça no triangular de três pilares basilares de uma qualquer sociedade: a sua política de educação, a justiça que impera e o serviço de saúde que presta aos cidadãos. Nós, por cá, não podíamos estar muito pior do que estamos no presente em relação a estas 3 dimensões. Passo a explicar porque ajuízo a coisa desta maneira:
1º Entrei na universidade na década de 90, uma época em que apenas uma parte dos candidatos chegava ao ensino superior público, em que as vagas eram q.b. e as médias de ingresso também. Integrei o ano experimental dos exames nacionais, um ano polémico, de muitas mudanças no sistema educativo e catastrófico para os alunos do 12ºano. Catastrófico por que motivo? Porque para além de ser um ano experimental de exames, em que os alunos passaram a ter 5 exames nacionais de carácter obrigatório, as informações que emanavam do ME eram parcas e muito pouco esclarecedoras; foi um ano em que os professores deitavam as mãos à cabeça com o pavor de não ter preparado suficientemente os seus alunos para abraçar o desafio que outrora se colocara, um desafio virgem e totalmente desconhecido. Para além deste factor, acrescidas aos exames tínhamos ainda tivemos de realizar provas globais a todas as disciplinas que não eram abarcadas pelos exames nacionais. Resumindo, no período de um mês tive de realizar 5 exames nacionais obrigatórios, 3 exames nacionais auto-propostos, para os quais me preparei sozinha pois não eram disciplinas que fossem contempladas no meu currículo e 2 delas eram as minhas provas específicas de ingresso no ensino superior, mais 6 provas globais. No final de tudo isto estava um caco e só me recompus quando saíram os resultados que mais tarde me permitiram ingressar no curso que queria no ensino superior público, que era o objectivo central, e porque não, o sonho de toda uma existência.
A minha turma era composta por 28 alunos e apenas 3 de nós entramos na 1ª fase no ensino superior público. Mais tarde entrariam mais 6 no ensino privado, uma possibilidade que jamais admitiria para mim, pois tenho uma posição muito radical face à qualidade e credibilidade dessas instituições. Quem não tem qualidade para um ingressar num curso superior deve procurar outro percurso, é esta a minha opinião, epsis verbis.
Por me recordar que o panorama geral da minha época era que apenas 40% dos candidatos entrariam, foi com uma enorme estupefação que na 2ª-feira passada recebi a notícia de que 9 em cada 10 alunos entraram no ensino superior público! Mas o que é isto afinal? Onde está a separação do trigo do joio? Qualquer dia destes a entrada no ensino superior tratar-se-á de uma mera passagem formal, como acontece do 9º para o 12º ano. É isto que queremos para o nosso país? Milhares e milhares de licenciados e mestres bolonheses sem emprego? Direito, que manda milhares para o desemprego todos os anos, aumentou o número de vagas? E quem diz direito diz comunicação social, gestão, economia, etc, etc, etc? O que anda esta gente toda a fazer? O que vão fazer daqui a 5 anos? Eu compreendo que os pais e os estudantes se congratulem com estas medidas, mas reflectindo mais profundamente, é fácil perceber-se que estas medidas abrirão cancros de difícil cura: mais oferta de mão-de-obra implicará desfasamento entre os postos de trabalho existentes e o número de diplomados; implicará, de igual modo, salários mais baixos (por isso a Ordem dos Médicos não autoriza o alargamento das vagas em Medicina, mostra que são espertos e defendem a sua classe); já para não falar que haverá, naturalmente, desprestigio social, ainda que esse seja um mal menor no meu entender. E enquanto isso, o governo esfrega as mãos de contente, porque os jovens andam por ali entretidos e não engrossam as estatísticas do desemprego, o número de diplomados ajuda a limpar a cara do país e Portugal passa a estar na 1º fileira da Europa (ainda que os bolonheses não saibam nadinha, que aquilo é um autêntico circo, insultuoso até para quem passou e penou por uma licenciatura a sério); os pais empenham-se até às orelhas porque querem ter um filho dr.; as propinas engordam a máquina do estado e sustentam o desgoverno que existe nas instituições de ensino superior país fora e que é sobejamente conhecido.
Ainda esta semana um aluno meu do 10º me disse que queria ser professor universitário. Resta dizer que o aluno em causa SÓ tem 21 anos e SÓ chumbou 6 vezes. Outrora esta pretensão seria quase anedótica, pois um aluno com este currículo dificilmente teria calibre para tal. Presentemente, tudo é possível. Há quem compre o curso em Portugal, logo, não há limites para nada.
2º Alguém me pode explicar porque motivo condenados por crimes hediondos de atentado contra a integridade física, moral e psicológica de jovens e crianças em risco, frágeis e desprotegidas, que jamais apagaram das suas memórias as violências vividas, continuam diariamente a dar entrevistas em canais de televisão e a fazer a sua vidinha normal, como todo o cidadão comum? Se foram dados como culpados, não deveriam estar em prisão preventiva ou domiciliária? Mas não, por cá um ladrão que até roubou para matar a fome aos filhos, que não violentou ninguém fisicamente nem transmuteou a vida de alguém profundamente (porque uma coisa é atentar contra os bens materiais e outra é atentar contra a dignidade e a vida humana) vai para o chelindró (e muito bem que tem de pagar pelos seus crimes), os ricos e poderosos andam por aí como se nada fosse, insultam sistematicamente a inteligência da opinião publica e não se passa nada? Quem sabe não continuam a praticar os mesmos crimes? Em Portugal a justiça é passível de ser comprada, não é igual para todos, só é feita ocasionalmente e sempre com os elos mais fracos de quem a mesma se serve para dar a ilusão de que, efectivamente, se faz alguma coisa. E não falo dos advogados e dos juízes, esses são meros peões.
3º Não é só a justiça que pode ser comprada em Portugal. A saúde também se pode purchase. Esta semana fui a 2 médicos, comprei 6 medicamentos, gastei cerca de 250 euros para tratar uma mera...tosse. Admite-se uma coisa destas? É verdade, não foi nada de grave, mas terrivelmente incomodativo, e gastei mais do que meio ordenado minímo nacional. E agora digam-me uma coisa: e quem ganha 400 e tal euros por mês, como faz? Não devíamos ter um serviço nacional de saúde que nos permitisse a todos a mesma qualidade e os mesmos direitos? E os médicos? Em cada 10, encontro um competente. Um dos que fui esta semana até era professor doutor, esperei 2 meses pela consulta e em 2 minutos apanhou-me 85 euros de consulta, disse-me que era asmática (não sou), tudo isto sem sequer me tocar. Mandou-me embora com um medicamento caríssimo e sem qualquer explicação...no particular, vejam só. E ainda sentiu pena de mim por ser professora, que "dificilmente têm colocação", logo eu que não gosto nada que façam de mim coitadinha. Saí de lá parecia uma panela de pressão. Já para não falar no ar de "sou o máximo" com o qual muitos deles se apresentam. Estou fartinha deles...
concluindo: é assustador! O que vai ser dos nossos filhos num país assim? Vão ter que se mandar mundo fora, essa é que é essa.
Já carpi tudinho, estou bem melhor.

sábado, 11 de setembro de 2010

Rotinas...

Esta semana foi de regresso às rotinas, para mim e para ele.
E logo no 1º dia saí da escola às sete da noite! Este ano será um ano muito violento: o meu horário é caótico, o pior de toda a minha carreira, com uma aula aqui e outra ali, dias em que entro às 8h saio às 10h e depois tenho um furo de 5h30 até à próxima aula, quase desmaiei quando mo entregaram em mãos; tenho EFA nocturno e ensino profissional, 7º ano e 10º ano, ou seja, alunos que dentro de 3 anos farão exames nacionais; para além, de ter 2 direcções de turma. Resumindo, vai ser lindo, a avaliar pelo programa das festas!
Continuando, estive toda a semana fechada na escola, de reunião em reunião, atrafalhada em papeladas e burocracias e, no in between, a fazer de tudo para que me alterem o horário, com exposições escritas e tudo. Já não sei que não vai valer de nada, mas que vão ter de levar comigo, ai isso é que vão!
O Tomás só foi à escola na 5ª-feira, porque os avós estão de férias e só foram de viagem a meio da semana e quiseram ficar com ele em casa. O regresso à escola foi, porém, emocionante. Todo o caminho ele ia dizendo: "-Mãe, à 'cola!" e fiquei admiradíssima quando lá chegamos, pois os colegas vieram recebê-lo e notou-se nitidamente que estavam muito felizes por revê-lo! Rodearam-no e depois houve de tudo: chamavam-no pelo nome, faziam festinhas, davam-lhe a mão, encostavam-se a ele! Comovi-me muito. Ele é o gigante do grupo, é o dobro deles em tamanho, mas pareceu-me que todos o adoram e isso deixa-me feliz.
A educadora é nova na escola e em idade, não achei muito afectuosa, mas pareceu-me muito atenta e preocupada. As anteriores eram ambas muito meiguinhas. Uma das auxiliares do ano passado manteve-se com o grupo e o Tomás gosta dela e, como tal, a adaptação correu muito bem. Comeu, dormiu e brincou, como se nunca estivesse estado quase 2 meses sem lá pôr os pés. Dos meninos da sala dele, que são 12, só o Tomás (ainda não contei, mas ele desfraldou em 3 semanas, de dia e de noite) e uma menina voltaram desfraldados e recebi rasgados elogios, e tendo em conta que a outra menina é mais velha 3 meses do que ele (aliás o Tomás é o 2º mais novo da sala), a satisfação sai reforçada. Fiquei orgulhosa e babada!
No dia seguinte, porém, saí de lá de coração partido: ele gritava agarrado a mim, e no olhar dele lia-se: "- Ajuda-me, mãe, não me deixes aqui!". Fiquei de rastos.Então no dia anterior ele ficou tão bem e agora fica naquele pranto? Quando o fui buscar, porém, estava super bem disposto! Mas não deixa de ser um facto que durante todo o dia aquela imagem de um profundo desespero me tenha acompanhado ao ponto de não me conseguir concentrar.
Hoje estamos os dois adoentados: eu tusso como se não houvesse amanhã; lá na escola está tudo em pantanas, é pó por todo o lado por causa das obras da Parque Escolar; na 2ª feira às 8h da manhã serei uma das 1ªas professoras a estrear um pavilhão novo e nem quero pensar no estado em que vou sair de lá; ele, bastaram 2 dias de escolas, e já está com ranhocas e tosse. Como foi à natação, a porcaria já começou a sair e pode ser que melhore.
E está na hora da sesta, que será compartilhada, estou completamente dopada pelo Fenistil!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Free style


No sábado o Tomás foi à 1ª aula de natação.
Chegámos cedo e enquanto equipávamos o petiz lá se passou a hora do começo. Quem entrou na água com ele foi o pai, que em tempos chegou a ficar em 2º lugar num campeonato!
A professora apressou-se logo a explicar que aquela aula não era para aprender a nadar, mas para desenvolver outro tipo de competências.
No início ainda choramingou um bocadinho, pois não estava habituado a não ter pé, mas depois ganhou-lhe o gosto e quando a aula terminou berrou que se fartou. Verifiquei que, naqueles minutos de banhos e brincadeiras, ficou feliz e não há nada mais gratificante para nós na qualidade de pais do que saber que lhe proporcionamos experiências que o deixam nesse estado.
E já imagino o meu filho daqui a uns anos com um metro e noventa, uns ombros fantásticos e uma barriga musculada. Gosto de nadadores, sempre gostei!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Fez-se justiça?

E é possível fazer-se justiça? Há alguma coisa que repare o mal feito àquelas crianças, àqueles jovens que foram estuprados, violentados, abusados, ceifados, anulados? Creio que não.
O caso "Casa Pia", na convivência dos factos apurados, ainda hoje consegue arrepiar-me. Recordo-me que 2 ou 3 anos antes do escândalo rebentar vi o filme "Sleepers" e quando as notícias vieram ao de cima não pude deixar de rever as cenas horrendas do filme no meu pensamento e sentir uma imensa sede de justiça pelas vítimas deste horror.
Não eram apenas jovens, eram os mais desprotegidos, nulidades sociais, sem rede...que revolta! Sempre fiquei convicta da culpabilidade: que juiz decreta prisão preventiva a pessoas mediáticas, embaixadores, figuras de destaque no panorama nacional sem ter bases sólidas para o fazer? Depois, o marido de uma amiga é jornalista e esteve presente nas audiências e desde sempre, ainda que não entrasse em pormenores por uma questão de ética, afirmou que as provas eram contundentes, não havia margem para dúvidas, estavam todos metidos nisso até ao pescoço. Também disse que faltam ali muitos nomes...o país pararia se todos os réus fossem trazidos à baila, nomeadamente figuras da política e do desporto. Também tenho essa convicção...
Achei as penas demasiado leves, ainda que considere positivo as condenações. A culpa não é dos juízes, mas dos legisladores. Deviam ter presente a frase " E se fosse com um filho meu?" no momento de formulação.
Aprendemos bem a lição de que não se pode mesmo confiar em ninguém, cheguei a dizer que pelo "sr. televisão"punha a mão no fogo...que manipulador sem escrúpulos, um estupor. Espero que na cadeia lhe tratem bem da saúde para ele ter um cheirinho da maldade que cometeu...
Outra coisa que hoje me inquietou foi perceber que foram condenados e saem dali como se nada fosse, livres como pássaros...mas o que é isto??? Que mensagem esta justiça que temos está a passar? Que impunidade...
Ultimando, espero que o Ministério Público recorra e peça penas mais pesadas e, sinceramente, tenho a esperança de que estas instituições e quem por lá se movimenta estejam mais atentos, pois temo e questiono quantas "Casas Pias" estarão ainda por revelar...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

E este ano...

...reza a história que fiquei colocada na escola do ano passado, porque fui reconduzida!
Fiquei radiante, pois gosto daquela escola, fica a 10 minutos de casa e sabe sempre bem saber que o nosso trabalho é reconhecido. E assim, ontem fui apresentar-me... com o Tomás. Foi bom, mas muito estranho ouvir: "- Olá Dra.! Que bom que ficou cá!". Bom, porque é sempre agradável sentirmos que fazemos parte de um lugar e que gostam de nós. Estranho, porque é inédito para mim ficar 2 anos na mesma escola.
Já na secretaria, foi difícil preencher a papelada com o Tomás ao colo a tentar mexer em tudo. Se continuo na mesma escola, porque raio tive de preencher tudo de novo? Há coisas que não compreendo, sinceramente. No meio da confusão, com montes de professores a apresentarem-se, ainda tive tempo de ficar triste, pois uma colega minha estava lá a reclamar que não renovaram o contrato dela. Percebi todas as suas razões, porém as regras do jogo eram claras: se algum QZP precisar da vaga está em 1º lugar. Ela teve azar. E estava revoltada, como eu ficaria, porque isto não devia tratar-se de uma questão de sorte, mas de graduação. Mas é assim o sistema, uns beneficiam dele outros não.
E pela primeira vez na minha vida posso dizer: tive sorte na colocação! Menos uma inquietação, ufa...até porque das coisas que mais detesto é, nesta altura, encontrar alguém conhecido que me diga: "- Não ficaste colocada?! Oh, coitada! Tantos anos a estudar para isto...". Dá-me cá uns nervos! Nunca vou aceitar o rótulo "parente pobre dos licenciados", nunca!!!
P.s.- Obrigada Miri, pela preocupação