segunda-feira, 9 de julho de 2012

Entre o babanço e a preocupação

Sexta-feira é o dia da semana em que estamos autorizados a entrar na sala quando o vamos buscar. O argumento de não nos ser autorizado entrar todos os dias na sala é "não perturbar o trabalho pedagógico", coisa que me causa uma certa comichão, porque quem acredita que numa sala de pré-escolar haja "trabalho pedagógico" às 17h00? Tudo isto é discutível, mas desagrada-me esta falta de transparência. Tenho para mim que é uma manobra para os pais não verem o que realmente se passa e isso traz-me uma enorme desconfiança. Não sei se é comum a todos os estabelecimentos, mas, coincidência ou não, todos os que visitei tinham esta regra.
Assim, na sexta-feira passada lá entrei na sala e vi o meu filho agarrado ao computador que têm na sala. Ora, tendo em conta que o petiz anda um tanto obcecado com as tecnologias muito por causa de uma wii que apareceu cá por casa, perguntei à educadora se achava que ele andava mais agarrado ao computador. A resposta trouxe-me a boa nova que ele nem liga muito ao computador e que o gosta mesmo é de outro tipo de brincadeiras, como montar puzzles, ler histórias e fazer corridas de carros, que gosta de brincar, o que é muito bom pois a maioria dos meninos de hoje em dia não sabe brincar, segundo ela, porque muitos pais não têm tempo e é muito mais fácil pôr os filhos em frente a um computador do que alinhar em brincadeiras. E no meio da conversa diz-me ela assim: 
"- Sabe mãe, há dias a professora da Ciência Divertida esteve a falar comigo sobre o Tomás!"
"-Ai sim? E então?" (E só pensava para mim: o que é que ele fez?)
"- Ela vinha muito estupefacta porque descobriu que o Tomás sabe ler! E eu fiz o teste e ele praticamente já lê tudo sozinho."
"- Eu já me tinha apercebido que ele conhece muitas palavras, mas acho que ele memoriza tudo e depois reproduz!"
"- Pois, ele tem uma memória fantástica! E não é só para as letras, também é muito bom nos conceitos matemáticos. Sabe coisas que muitos de 5 não sabem."

E a conversa continuou. A maioria dos pais ficaria eufórica com esta capacidade de aprender tudo rapidamente, até porque todos nós queremos que os nossos filhos sejam lindos, inteligentes e felizes. Mas, como dizia uma mãe da blogosfera, não há nada como a normalidade. Ele é intenso, pergunta muito, quer saber tudo, mas não quero que caia em frustração futuramente. O conhecimento é o que distingue o homem, mas acima de tudo quero apenas que seja feliz. Tantas preocupações e ele ainda tem 3 anos!


1 comentário:

IsabelCunha disse...

Cá em casa acontece o mesmo... e estamos preocupados com a frustação que poderá vir na escola a sério...