quarta-feira, 25 de março de 2009

Não há 2 sem 3....ou não há 100 sem 200!!!


Nós por cá continuamos em maré de azar! Será que os azares continuarão? Numa semana fomos ao médico 5 vezes! Vamos por partes:


Na 2ª-feira passada fomos à consulta dos 8 meses ao pediatra, uma consulta que antecipei porque o Tomás estava cheio de tosse. A expectoração não desaparece totalmente, apesar da Cinesioterapia, n nubelizições, soro a torto e a direito, etc. Assim, o pediatra disse que tudo aponta para um quadro alérgico. Como tenho rinite alérgica é muito provável que ele também tenha. Diagnóstico fidedigno só lá para os 5 anos. Começou a fazer Brisovent no Aerochamber e tem melhorado ligeiramente. E foi nesse dia de muito calor e muito pólen no ar que comecei a ficar aflita: muita tosse, não dormi. No dia seguinte fiquei pior, tossia até ao ponto de vomitar, o que me levou a ir ao médico na 4ª-feira. Fiquei a fazer anti-histaminico e mais uma catrafada de medicação, mas não tive quaisquer melhorias. A médica passou-me atestado médico, mas fui sempre trabalhar: sou professora e os professores não têm o direito constitucional de adoecer.

Na 5ª-feira estava um caos. Sem dormir, cansada, chateada, indisposta...não precisava de mais uma dor de cabeça, mas...tive, obviamnete! Ligaram-me do infantário a dizer que o Tomás estava com 39º de febre. Fui a correr buscá-lo, liguei ao pediatra que me disse que lhe desse um banho tépido e Ben u ron de 8h em 8h a ver se a coisa melhorava. Na 6ª-feira de manhã estava com 39,6º. Como o pediatra dele estava de urgência no público, fui com o Tomás ao Instituto CUF de Matosinhos. Foi a 1ª vez que lá fui e gostei muito do atendimento. O pessoal foi mesmo muito simpático, têm gabinete de enfermagem com triagem (mediram-lhe o nível de oxigénio e colheram urina para análise) e ainda nos ofereceram um estojo com amostras de produtos Lutisine. O pediatra que o viu , o profº Aparício - uma referência da pediatria, simpático por sinal- disse que aparentemente estava a desenvolver-se uma otite e receitou-lhe antibiótico. Fiquei tão triste! Sou tão adversa aos antibióticos, mas há sempre uma 1ª vez. Estava tão incomodada com este facto que mal cheguei a casa liguei ao nosso pediatra para lhe pedir uma 2ª opinião. O Dr. Egas, após alguma reflexão, disse-me que aguardasse 24h e se a febre não baixasse, aí dava-lhe antibiótico. Mas não esperamos 24h. Durante a tarde eu vi-o tão em baixo que decidimos avançar com o antibiótico. No sábado ainda tinha febre, mas parecia estar a melhorar. Eu, por meu turno, estava cada vez pior e tive de ir ao médico uma 2ª vez. Receitou-me um anti tossico, muito repouso (ah, ah, ah!) e chá de casca de cebola (urrrhhh!). Durante a noite, o Tomás já não teve febre e de manhã estava tudo normalizado...pensava eu. Quando vou mudar a fralda, reparei que ele tinha umas manchinhas na pele. Toca a arrancar outra vez para a CUF, pensámos que estava a fazer reacção ao antibiótico. O médico que o tinha visto na 6ª não estava de serviço, foi visto por uma médica que após análise disse-nos que se tratava de um exantema súbito. Muito provavelmente, não se trataria de uma otite bacteriológica mas algo de origem vírica que culminou naquele quadro. Ou seja, o antibiótico era desnecessário. Ela bem tentou encobrir o erro de diagnóstico do colega, mas percebemos logo. Acontece, eles não se queixam, é por probabilidades que se fazem os diagnósticos. Mais uma prova de que os profº Drs. também se enganam. Não houve qualquer tratamento, desaparece por si.

Pelo curto caminho até casa, eu e o pai começamos a organizar os turnos para tomar conta do Tomás. A avó Mi mete férias 2ª (mais uma vez, obrigada mãe!), o papá mete férias 3ª, a mamã fica na 4ª. Na 5ª vai para a escola, espero eu.

Resumindo, no domingo tinha 120 testes de 8º ano para corrigir, 120 relatórios para fazer até 6ª-feira, estava de rescaldo das noites mal dormidas, completamente dopada pelos anti-histaminicos e com o meu bebé a precisar muito da mãe. A minha ofereceu-se para ficar com ele para eu poder descansar. Recusei. Por quê? Porque considero que ser mãe é uma escolha e seria incapaz de despachar o meu filho para a avó estando ele doente, uma altura em que mais do que nunca precisa do regaço e do amor da mãe. Um filho não é descartável, nem um fardo. Não consigo conceber, no meu paradigma do que é ser uma mãe responsável, que uma mãe seja capaz de despachar o filho doente só por uma questão de conforto pessoal. Só numa situação limite tomaria tão opção. Ter um filho implica sacrifícios, não há lugar para egoísmo. Há dias um pedopsiquiatra dizia que uma mãe que manda um filho doente para a avó não tem vínculo afectivo de mãe. Desculpem se firo susceptibilidades, mas até concordo. Nestes dias que estive tão doente passei parte das noites na sala para não acordar o pai e o Tomás com os meus ataques alérgicos, mas mesmo quando o cansaço me vencia e eu dormitava bastava um respirar mais forte do Tomás e eu acordava de imediato. E a nossa casa é grande. Acho que é mesmo o tal vínculo que acciona os mecanismos de alerta da mãe de que falava o pedopsiquiatra. E quem fala em deixar os filhos doentes com as avós, fala de outras coisas como pais que vão de férias sem os filhos e coisas do género. Eu sou da opinião que quando temos um filho ou fazemos programas em que possam estar incluídos ou ficamos todos em casa! Ter um filho não é porque é giro e vamos lá experimentar, ter uma família implica vivenciar o termo a todos os níveis, ser uma equipa. E numa equipa todos são convocados, ninguém fica no balneário ou nas bancadas a assitir!

Longo post, longo desabafo...estou tão melhor!


6 comentários:

Edith disse...

Olá.
É a primeira vez que passo por aqui. Vou voltar e já agora espero que tudo esteja melhor contigo e com o teu menino.
Bj

Eli disse...

Olá linda:) Espero que o Tomás e tu estejam a recuperam bem. Concordo plenamente com o que tu disseste a respeito de despachar os filhos;) Jocas

Ângela Vieira disse...

Olá!
Afinal os dias difíceis não são só por estes lados.

O Tomás apanhou uma bronqueolite na escola e desde sexta que a febre não parava. Dei entrada nas urgências pediatria no sábado e acabamos por lá ficar até segunda à noite e porque eu até chorei porque o médico não queria dar-lhe alta.
Mas ele ontem fez 1 aninho e era triste passa-lo no hospital...
Não foi um dia nada facil para mim, acabei por ir trabalhar o dia todo, só estive com ele um bocadinho ao almoço e à noite ;:(
Tinha planeado tirar a tarde, ir busca-lo à escolinha e ir-mos passear...enfim!
Mas hoje foi à pediatra e os pulmões já esta limpinhos, a febre também já não voltou.
Hoje vou ficar com ele o resto do dia :)
A festinha é Domingo e nem o bolo escolhi, ando sem tempo para nada.

Espero que o fofinho também melhore depressa.
Ângela e Tomás

Silvia disse...

As melhoras do Tomás e tuas, claro
A nossa profissão não é fácil, ao contrário do que algumas pessoas pensam.Bjokas.

Sofia disse...

As melhoras do pequeno! Compreendo aquilo que dizes, eu estou há 6 meses a "ameaçar" que o vou pôr à avó para poder descansar mas nunca faço isso...começo a pensar que é tempo que não estou com ele...
Mas a verdade é que há crianças e crianças e o meu a continuar assim vai ter de fazer umas noitinhas na avó (la estou eu a ameaçar, LOL)
Bjocas

Carla e Diogo disse...

Olá, vim ter ao teu blogue durante uma pesquisa e depois de ler tenho de comentar. Senti um pouco de alivio assim que li as tuas palavras porque desde que o meu filho nasceu que sou eu quem cuida dele, nunca ficou com os avós em situação alguma, quer seja por estar doente ou porque queremos ter uma saida a dois. Assim que decidimos ter um filho dissemos sempre que ele iria connosco para todo o lado, faz parte de nós. Confesso que por vezes leio coisas que me fazem sentir um ET porque não consigo deixá-lo com ninguém, tirando o infantário, mas nas nossas horas vagas é nosso dever de pais passar os tempos livres com ele. Doente e deixá-lo com alguém? Sinceramente não consigo, nem com os pais ou sogros, tenho sempre na ideia que tenho de o ver para saber como ele está. Quando fica bom e volta para o infantário estou sempre a imaginar se não terá uma recaída...Acho que sou muito mãe galinha, até que ponto isto é bom ou mau não sei. Como vez compreendo o que dizes.
Beijinhos e tudo de bom para vocês
Carla