Depois de uma semana de cão em que, basicamente, tudo me aconteceu (risquei o carro no portão, o trabalho não fluiu, fui para uma visita de estudo com uma colega que há última desistiu e de repente faltavam muitos euros para pagar o autocarro, parti um medicamento homeopático do Tomás acabado de chegar da farmácia, entre outros), eis que chega o fim-de-semana para me aliviar de todos os pesos.
O sol magnífico que inundou a nossa janela convidou-nos a sair de casa para comprar sapatos! Não é nada fácil ir com uma criança de 2 anos às compras. As estratégias de enternimento do petiz passaram por contar caixas de sapatos, ajudar-me a calçar botas, etc e tal. Mas as birras foram mais do que muitas.
Segui-se a aula de natação. É bom vê-lo a divertir-se e a mergulhar vezes e vezes sem conta. É certo que desde Setembro os nossos sábados não dão praticamente para fazer mais nada, mas aquele bocadinho é fantástico.
Finda a aula, fomos almoçar a casa dos avós e foi a animação do costume, com risos e gargalhadas e muitos "- Oh pai não lhe dês isso!", "-Oh mãe, cuidado que ele ainda se magoa!" à mistura.
Regressámos a casa já a tarde caminhava ligeiramente para o seu fim, porém ainda fizemos uma sesta que nos soube pela vida. Como gosto de sestas! Devíamos ser como os espanhóis, essa é que era!!! Depois da sesta, desmanchamos a árvore de Nata1 e é um momento sempre nostálgico para mim. Custa-me muito depedir-me dos enfeites e pensar que só daí a muitos vezes nos encontraremos novamente. Agora entro nos meus 39 m2 de sala e acho-a despida, triste. Faz-me falta a árvore e o espírito que a mesma me traz.
Hoje passou a manhã com os avós para que pudessemos fazer umas compras e ir votar! Já vi que não me adiantou de nada, há males que se enraízam e teimam em permanecer!
Depois do almoço, viemos para casa e assistimos ao filme "Remember me", que foi de ir às lágrimas! E amanhã já é 2ª-feira outra vez! Odeio as 2ª-feiras!!
Se há jornalista que admiro, a quem tiro o meu chapéu, em Portugal é a Felícia Cabrita. Foi a única que até ao momento se preocupou em desvendar verdadeiramente o que está por detrás do crime do Carlos Castro, a única que teve a coragem de dizer que os amigos do dito mentiram quando disseram que foi o Renato quem procurou primeiro, pois está provado que foi o Carlos Castro quem fez o pedido de amizade. Entre outros disse que o Renato passava os dias na net em NY, o que é estranho para alguém que foi em "lua-de-mel", e que o rapaz se desesperou num telefonema que fez à mãe para lhe pedir ajuda para voltar para Portugal. Algo de muito grave se passou e ela está disposta a desvendar, com a imparcialidade e coragem que lhe são características. 90% dos seus colegas deviam pôr os olhos nela!! Grande mulher!
Depois de conversarmos sobre o assunto, abraçou-me e disse-me: "desculpa mãe!". Fofo! Estou bem melhor.
Hoje, como sempre, fui buscá-lo ao infantário.
Para mim, aquela hora pequenina em que vou buscá-lo é de suma importância. Conto os minutos desde que saio da escola até que entro no lobby do infantário, não vejo a hora de o abraçar, fico sempre ansiosa. E quando sentimos este reencontro desta maneira esperamos receber o mesmo...mas, de vez em quando isso não acontece. Hoje foi um desses dias. Cheguei e ele nunca mais aparecia, até que a auxiliar o trouxe à minha presença, porque queria ficar na escola, não queria vir à mãe. Seguiu-se o choro, a birra, mandou-se para o chão, dizia "não quero" e cruzava os braços franzindo as sobrancelhas como quem diz "estou mesmo chateado". Perdi-me de vergonha, a pensar no que as outras mães deviam estar a pensar, que até sei porque tantas vezes penso o mesmo em relação a outros meninos. Estava desesperada, não o consegia controlar e eis que disfarçadamente lhe dei um beliscão, vesti-lhe o casaco e saí a velocidade cruzeiro daquele lugar.
Amuei todo o caminho, fui mais criança do que ele, mas estava ferida!
E ainda estou a pensar que ele não correu para os meus braços, não me deu um beijinho e nem sequer me queria ver. Não percebo...estou mesmo triste! Não tem saudades minhas? O que estou a fazer de errado?? Será que o meu filho vai incorporar todos os meus demónios, tudo o que sempre repudiei e jurei que nunca experimentaria? Bolas! Mãe sofre.
Acordei com um belo dia de sol. Foi levar o Tomás e quando voltei virei-me para os quilos de roupa que tinha para lavar e secar. Não dei descanso à minha Maria. Agora, o sol voltou a esconder-se!!! Ora bolas!
...comprar o pão com o Narciso Miranda, buzinar ao Póvoas no trânsito, deixar o vocalista dos EZ Especial passar na passadeira e hoje levantar dinheiro com o Vítor da Casa dos Segredos atrás!!! Isto é que é um local vip!!!
As festas de entrada no ano novo lá se passaram, em casa e em família, à lareira, a comer como se não houvesse amanhã, como eu gosto de as passar. O novo ano começou mal, muito mal, comigo a invadir a farmácia ainda não eram 10h da manhã, porque o piolhito estava inundado em ranhocas e com uma tosse de fugir. E vai daí toca a tomar mais uma embalagem de Oscilocco...qualquer coisa, que resulta mesmo!!!Não bastasse este celeuma, pesei-me à noite e mais 3 kg na bagageira! Estava-se mesmo a ver que a gula ia dar nisto. Nada de grave, mas de repente dei por mim a imaginar-me a sair do mar com banhas a cair de cada lado do biquini e digo-vos, não foi uma imagem bonita de se ver. E o que faz uma mulher perante a humilhação do espelho? Vai ao aniversário da avó ´no dia seguinte (87 aninhos) e come rissóis, pão, bolo, cabidela...e a saga continua, com quilos extra alojados nas ancas e no pernil!! Estas reuniões familiares são escassas, mas caricatas. Todos se sentem no direito de se meter na vida alheia, opinando sobre o nosso futuro, como se lhes tivessemos pedido conselho. Até ao Tomás nascer a perguntar era "quando arranjam um filho?", que desta vez deu lugar a "quando têm o 2º filho?". E a resposta é sempre polida e politicamente correcta, ah e tal estamos em crise, ainda não é o momento, instabilidade nos empregos, blá, blá, blá, mas o que das profundezas da alma quer emergir é "o que têm que ver com isso? Sabem lá se quero mais filhos? E se se metessem na vossa vidinha?". Isto irrita-me solenemente. Não somos todos carneiros e não tenho de prestar contas dos meus intentos a ninguém.Festas acabadas,chega a hora do tradicional cliché de New Years' resolutions, que é como quem diz promessas que fazemos a nós próprios, desejos que lançamos no ar, imperativos de mudança e que no meu caso raramente se cumprem. Que este seja um bom ano, pelo menos melhor do que o pintam. Já não seria nada mau.
