terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sempre a reclamar


Há países em que reclamar de um serviço ou de uma compra é um acto banalizado. Há países, mas um dos mesmos não é Portugal. Já repararam que raramente alguém pede o livro de reclamações? Parece que há uma espécie de embaraço colectivo em fazê-lo. Certamente, reclamar formalmente, não é uma tradição lusa e os estudiosos indicam que só uma minoria da população, normalmente formada e bem informada, tem por hábito manifestar formalmente a sua insatisfação. Incluo-me nesta minoria. Se algo não corresponde às minhas expectativas, manifesto-o sempre, formal ou informalmente, mediante a gravidade do caso. Sou sempre muito polida e cordial, não sou de rodar a canastra, mas não deixo de me mostrar insatisfeita. E se quiserem ver o meu pai a sair de fininho dos restaurantes para não assistir a estas cenas...por que motivo? Lá está, falta de uma cultura de exigência perante os serviços. O desconforto dele é notório.

Sendo assim, no fim-de-semana passado, depois de um procedimento que me deixou pasma face à dimensão do grupo, pedi o livro de reclamações no Continente. Tudo começou com uma camisola interior que mingou uns 5 centrimetros. "- Tem de ir para o controlo de qualidade para análise! daqui a um mês damos-lhe uma resposta e, se a culpa não for sua, trocamos a peça!"; What?? Devem estar a brincar! Lá que mandem a peça para o controlo de qualidade, acho muito bem, agora esperar um mês até ver a minha situação resolvida??? Pôr a minha idoneidade em causa??? Era o que havia de faltar e...lá pedi, cordialmente (sempre) o livro de reclamações. As meninas do apoio ao cliente estavam, estranhamente, inquietas. Reparei que a última reclamação no livro tinha sido em Maio, vejam só. E preencher a papelada? Não estão bem a ver a trabalharei. Só pode haver um motivo para dificultarem tanto o preenchimento: dissuadir!!!

E hoje foi com uma agência, por causa de uma visita de estudo. Quando pedi o contacto do superior hierárquico, o discurso passou de " é impossível!" para "dar-me-á o prazer de tentar solucionar o problema?". Isto só debaixo de fogo, é o que vos digo!

2 comentários:

Anónimo disse...

É por não se reclamar quando se deve e por não se ser exigente com os serviços que estes não evoluem. Eu cá, quando não estou satisfeita e tenho razão não me coíbo de reclamar. Bjs

Mary disse...

E a dificuldade que é ter esse livro nas mãos... enrolam, enrolam, enrolam... tristeza!
Fazes bem!